A complacência no ambiente de trabalho é um tema que merece atenção, especialmente quando o assunto é a Segurança e Saúde Ocupacional (SSO).
Embora a palavra “complacência” remeta a algo cômodo e agradável em seu sentido mais comum, no contexto profissional, ela pode se tornar um perigoso fator de risco, colocando em xeque a integridade física e mental dos trabalhadores.
A ausência de acidentes prévios ou o excesso de familiaridade com as tarefas podem levar tanto o colaborador quanto a empresa a negligenciar os perigos existentes. Quer saber mais sobre como a complacência pode afetar a segurança da sua equipe e o que fazer para evitar riscos? Continue lendo e aprofunde seus conhecimentos!
O inimigo silencioso do cotidiano: você já foi complacente hoje?
Já parou para pensar em como a complacência se infiltra em áreas de trabalho diversas? Seja no canteiro de obras, onde a repetição de tarefas pode levar à desatenção no uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), ou em um escritório com rotinas aparentemente seguras, a familiaridade excessiva com o ambiente pode mascarar riscos.
Um técnico de segurança do trabalho, acostumado a um local sem acidentes, pode flexibilizar a fiscalização. Uma empresa pode deixar de atualizar seu Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), subestimando novos perigos.
Essa atitude, seja por excesso de confiança do trabalhador ou pela falta de acompanhamento dos riscos por parte da empresa, aumenta exponencialmente a probabilidade de acidentes. A complacência se manifesta quando a rotina e o conforto diminuem nossa percepção dos perigos, transformando o “piloto automático” em um risco real.
As consequências ocultas da complacência: além do acidente visível
A complacência, ao se instalar na rotina de trabalho, desencadeia uma série de consequências que vão muito além do acidente imediato. Para as empresas, além das multas impostas por órgãos como o Ministério do Trabalho, há encargos com processos trabalhistas, aumento do custo, além da perda de produtividade devido a interrupções e afastamentos.
No âmbito humano, o impacto é devastador. Um acidente, mesmo que não fatal, pode causar traumas físicos e psicológicos duradouros para o trabalhador, afetando sua vida pessoal e profissional, e gerando sofrimento estendido para suas famílias.
A complacência não apenas permite que acidentes ocorram; ela tece uma teia de prejuízos que comprometem a sustentabilidade do negócio e a dignidade humana.
Liderança contra a complacência: o pilar da segurança
O combate à complacência no ambiente de trabalho começa no topo, com uma liderança firme e comprometida com a segurança. Não basta apenas definir regras; é preciso que gestores e supervisores sejam os principais exemplos de conduta segura, seguindo rigorosamente os procedimentos e utilizando os EPIs adequados.
Uma liderança atuante promove uma cultura de segurança onde a comunicação é aberta e transparente. Isso significa incentivar os trabalhadores a reportar condições ou comportamentos de risco sem medo de retaliação, criando um ambiente de confiança.
Quando os líderes demonstram genuína preocupação com a integridade da equipe e se engajam ativamente nas práticas de SSO, eles não apenas combatem a complacência, mas também inspiram a equipe a fazer da segurança uma prioridade diária.
Estratégias essenciais para combater a complacência no trabalho
Para garantir um ambiente de trabalho seguro e conforme as Normas Regulamentadoras (NRs), como a NR 18 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção) ou a NR 35 (Trabalho em Altura), é fundamental implementar estratégias contínuas de prevenção:
Reforço constante da cultura de segurança
O Diálogo Diário de Segurança (DDS) é uma ferramenta poderosa. Pequenas reuniões antes do início das atividades para discutir e reforçar procedimentos de segurança mantêm os riscos e as medidas preventivas frescos na mente dos trabalhadores.
Além disso, a aplicação de advertências para o não cumprimento das normas, embora possa parecer uma medida de punição, é crucial para reforçar a seriedade da segurança.
Monitoramento e avaliação contínua de riscos
A complacência da empresa pode ser combatida com uma rotina rigorosa de inspeções de segurança. O Mapa de Riscos, previsto na NR 5 (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes — CIPA), deve ser um documento vivo, constantemente atualizado e revisado para refletir as reais condições do ambiente.
A elaboração de uma Análise Preliminar de Risco (APR) para cada nova atividade ou para aquelas que apresentam complexidade elevada é essencial para identificar perigos e propor medidas de controle antes que os trabalhos iniciem.
Capacitação e treinamento constantes
Trabalhadores complacentes podem ser “despertados” através de treinamentos e reciclagens periódicas. Manter as capacitações em dia, conforme exigido pelas normas regulamentadoras, assegura que todos estejam aptos a desempenhar suas funções de forma segura, com conhecimento atualizado sobre os riscos e as melhores práticas de prevenção.
A utilização correta dos EPIs não é apenas uma regra, mas um compromisso que deve ser reiterado em cada treinamento.
Tecnologia a favor da vida: inovação no combate à complacência
No cenário atual, a tecnologia surge como uma aliada poderosa na luta contra a complacência. Sistemas de gestão de segurança digitalizados permitem um controle mais eficiente de treinamentos, inspeções e manutenções preventivas, garantindo que nenhum prazo importante seja negligenciado.
A inovação também se manifesta em dispositivos como sensores inteligentes e tecnologias vestíveis, que podem monitorar condições de risco em tempo real e alertar sobre potenciais perigos.
Além disso, o uso de realidade virtual (RV) e realidade aumentada (RA) em treinamentos oferece uma experiência imersiva, simulando situações de risco de forma segura e reforçando a percepção dos perigos de maneira que o treinamento tradicional muitas vezes não alcança.
A segurança é uma jornada: combata a complacência
A complacência é um desafio comportamental que exige vigilância constante. Não subestime o poder da rotina de mascarar os perigos. A segurança no trabalho não é um destino, mas uma jornada contínua de atenção, prevenção e educação.
Quer aprofundar seu conhecimento sobre como identificar e mitigar os riscos no ambiente de trabalho, garantindo um dia a dia mais seguro para todos? Continue a leitura em nosso blog!
