A Ficha com Dados de Segurança (FDS) tornou-se indispensável para empresas que atuam nos setores industrial, médico, estético e em qualquer atividade que envolva produtos químicos.
A atualização da ABNT NBR 14725:2023 oficializou a transição da antiga FISPQ para a FDS, promovendo padronização, clareza e maior proteção aos trabalhadores. Com a obrigatoriedade desse documento, gestores industriais, responsáveis por compras, CIPA e profissionais de segurança do trabalho precisam compreender como a FDS impacta a rotina operacional, a escolha dos EPIs e a conformidade legal.
Principais mudanças da FISPQ para a FDS na nova norma
A transição da FISPQ para a FDS representa um avanço significativo nas práticas de segurança e gestão de riscos. Desde a publicação da ABNT NBR 14725:2023, empresas que manipulam, armazenam ou comercializam produtos químicos devem se adequar ao novo formato, cuja obrigatoriedade passa a valer a partir de julho de 2025.
A FDS padroniza as informações, tornando-as mais claras e acessíveis para quem toma decisões de compra e gerencia riscos químicos. Ela reúne recomendações de prevenção, armazenamento, transporte e uso adequado dos EPIs — orientações que reduzem a ocorrência de acidentes e facilitam auditorias.
Empresas que já utilizam a FDS de forma correta estão à frente na adequação à legislação e demonstram comprometimento com a segurança de suas equipes.
Por que a FDS é essencial na compra de EPIs
A consulta à FDS é essencial para quem realiza compras de equipamentos de proteção individual. O documento detalha os perigos associados ao produto, as formas seguras de manuseio e o tipo de EPI indicado para cada risco.
Com base nas informações da FDS, o gestor consegue escolher os EPIs com CA válido, garantindo conformidade e máxima proteção. Essa prática assegura que o ambiente de trabalho atenda às exigências da NR-26 e demais normas de segurança.
Além disso, a FDS traz orientações sobre primeiros socorros e procedimentos emergenciais, permitindo que as equipes ajam com rapidez e eficiência em caso de incidentes. Empresas que consultam a FDS regularmente reduzem riscos, evitam multas e fortalecem a cultura de prevenção.
Prazo de adequação e planejamento da transição
A obrigatoriedade da FDS entra em vigor em julho de 2025, conforme a ABNT NBR 14725:2023. Empresas que se antecipam conseguem planejar a transição com tranquilidade, revisando estoques, atualizando documentos e treinando equipes.
O planejamento deve envolver todas as áreas da empresa, especialmente segurança, compras e almoxarifado. Antecipar-se às exigências evita penalidades e mostra responsabilidade na gestão de riscos químicos.
Normas e legislações que regem a FDS atualmente
A ABNT NBR 14725:2023 é a principal norma que define os critérios para elaboração, revisão e distribuição da FDS. Ela se baseia no Sistema Globalmente Harmonizado (GHS), garantindo padronização internacional das informações. Outras normas complementam suas exigências, como:
NR-26 — trata da sinalização de segurança;
NR-6 — regulamenta o fornecimento e o uso dos EPIs;
Lei n.º 6.514/1977 e Portaria n.º 3.214/1978 — estabelecem obrigações relativas à segurança e saúde no trabalho.
Cumprir essas normas protege empresas contra sanções legais e assegura que os trabalhadores tenham acesso às informações de risco. Durante auditorias e fiscalizações, a FDS atualizada é exigida e garante continuidade das operações.
Conceito e benefícios práticos da FDS
A Ficha com Dados de Segurança é um documento técnico obrigatório que reúne informações sobre riscos, manuseio, armazenamento e descarte de produtos químicos. Entre os benefícios práticos estão:
Orientação precisa sobre o uso de EPIs;
Redução de acidentes e de impactos ambientais;
Facilidade em auditorias e inspeções;
Padronização de treinamentos internos.
A adoção da FDS fortalece a cultura de segurança e prevenção, promovendo transparência e responsabilidade em todas as etapas da cadeia produtiva.
Estrutura obrigatória da FDS segundo a ABNT NBR 14725:2023
A FDS é composta por 16 seções obrigatórias, que abrangem todos os aspectos do uso seguro dos produtos químicos:
Identificação: dados do produto, fabricante e contatos de emergência;
Identificação de perigos: riscos físicos, à saúde e ao meio ambiente;
Composição: ingredientes e concentrações relevantes;
Primeiros socorros: orientações em caso de contato ou ingestão;
Combate a incêndio: tipos de extintores e procedimentos;
Controle de derramamento: medidas de contenção e uso de EPIs;
Manuseio e armazenamento: regras seguras de transporte e segregação;
Proteção individual: limites de exposição e EPIs recomendados (com CA);
Propriedades físicas e químicas: dados que impactam decisões de segurança;
Estabilidade e reatividade: riscos de reações perigosas;
Informações toxicológicas: efeitos à saúde e toxicidade;
Informações ecológicas: impactos ambientais e descarte correto;
Destinação final: orientações de reciclagem e descarte;
Transporte: sinalização e documentação exigida;
Regulamentações: leis aplicáveis e normas complementares;
Outras informações: revisões, contatos e observações adicionais.
Essa estrutura garante uniformidade e transparência na comunicação de riscos.
Interpretação da FDS para escolha adequada de EPIs
Ao adquirir produtos químicos, a leitura da FDS é etapa indispensável para a escolha dos equipamentos de proteção corretos. As seções 2, 6 e 8 merecem atenção especial — nelas estão os principais riscos e os EPIs indicados conforme o tipo de exposição.
Priorize sempre produtos com CA válido e certificados conforme a NR-6. Essa prática assegura a integridade física dos trabalhadores e evita penalidades por não conformidade.
FDS e cultura de prevenção: impacto na conformidade
Empresas que utilizam a FDS como ferramenta de gestão conseguem agir com eficiência em emergências, capacitar suas equipes e garantir um ambiente de trabalho seguro.
A FDS fornece dados sobre perigos, incompatibilidades e respostas emergenciais, facilitando decisões rápidas. Sua adoção demonstra compromisso com a saúde ocupacional, exigida durante auditorias e fiscalizações trabalhistas. Além de proteger vidas, o cumprimento da FDS reforça a imagem de responsabilidade e confiança da empresa no mercado.
Boas práticas para manter FDSs atualizadas e acessíveis
Manter a conformidade exige atualização constante das FDSs e treinamento periódico das equipes. Para isso:
Solicite sempre a FDS atualizada ao fornecedor;
Armazene as fichas em local de fácil acesso;
Atualize periodicamente o sistema de gestão de segurança;
Promova treinamentos sobre leitura e interpretação da FDS;
Estabeleça uma rotina de conferência com base na ABNT NBR 14725:2023.
Organização e informação são aliadas da segurança. A FDS é uma responsabilidade compartilhada — processos seguros protegem pessoas, patrimônios e negócios.
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